Internet como ferramenta de desenvolvimento social

Por: Conrado Adolpho
01 Julho 2011 - 00h00
Sim. Podemos mudar o mundo. As pessoas vêm e vão, mas o desejo de transformar o mundo continua latente como uma reminiscência de nossa espécie. Muitos, absorvidos pelas tarefas cotidianas, não se deram conta do quanto o mundo vem se modificando nas últimas décadas em direção a essa vontade transformadora.
Desde a queda do Muro de Berlim, em 1989, a sociedade tomou consciência de que poderia de fato mudar sua realidade se unindo em números cada vez maiores. Que a menor célula da sociedade – o cidadão – poderia iniciar uma revolução. Vimos o desenvolvimento do Terceiro Setor, lideranças globais lutando em prol de um estilo de vida mais sustentável, a exigência cada vez maior de transparência por parte das empresas, além de derrubadas de governos e movimentos sociais cada vez mais intensos.
A grande mudança reside no fato de que, diante de tais acontecimentos que sempre foram tão comuns ao longo dos séculos, estamos começando a questionar o nosso papel nesse mundo e repudiar com cada vez mais veemência tais atos. 
A revolta das massas que descobrem ter voz para mudar o mundo começa com um post em um blog ou um simples tweet. Em meio a um quadro de mudança social, em meados da década de 1990, algo de novo veio à tona. Timidamente no início, tomou de assalto empresas, governos e setores inteiros da sociedade – a internet. A grande rede, que conecta pessoas em todas as partes transformando o próprio planeta em um grande cérebro, veio como resposta para o desejo de transformação que já era um brado uníssono em povos de praticamente todo o mundo.
O dinheiro, que sempre movimentou o mundo, não passa hoje de sequências numéricas na tela do seu notebook (ou smartphone). A Internet muda regimes governamentais totalitaristas promovendo a democracia como um caminho natural, o melhor até então, que promove o bem comum, e não o interesse individual.
Pela primeira vez, as condições de vida de um ser humano podem não estar vinculadas ao lugar onde ele nasceu. Um computador antigo e uma linha de telefone abrem uma janela para o mundo e mostram a realidade possível em outras culturas. A Internet mudou a economia industrial, até então baseada no consumo como maneira de prosperidade de uma nação.
Uma informação estarrecedora se torna necessária nesse ponto. Para cada lata de lixo que produzimos em nossas casas, outras 70 foram geradas na indústria para criar o que hoje jogamos fora. Quanto mais a “obsolescência planejada” entra em nossas vidas, mais compramos e, portanto, mais lixo geramos. 
Para minimizar esse consumismo desenfreado, um movimento está mudando nossa maneira de ver a vida baseada em marcas: o consumo colaborativo. Por meio de sites baseados no conceito de redes sociais, pessoas estão compartilhando e doando de roupas a bicicletas que não precisarão ser comprados, diminuindo o lixo pessoal e a produção industrial voltada para o consumo – que gera ainda mais lixo. No ThredUp, pessoas compartilham roupas infantis. Foram 12 mil itens negociados nos oito primeiros dias de funcionamento do site.
No SharedEarth, 2 milhões de metros quadrados de terra excedente foram compartilhados com produtores potenciais sem jardim apenas nos três meses de funcionamento do site. No Freecycle, 5,7 milhões de usuários em 85 países doam mais de 12 mil itens por dia pelo site.
A internet vem mudando o cenário das ONGs por todo o mundo colocando pessoas que precisam e pessoas que desejam ajudar em contato por meio da rede. A Surfrider, fundação para a proteção de oceanos e praias, teve mais de 145 mil horas de voluntariado de pessoas que atuam localmente e virtualmente desenvolvendo conversas nas redes sociais. O aplicativo “Causes”, no Facebook, utilizado para levantar dinheiro para causas humanitárias, já passou com folga os 7 milhões de usuários mensais.
A Internet foi a principal responsável por espalhar o movimento “Free Hug” pelo mundo a partir de um vídeo postado no YouTube, que já teve mais de 60 milhões de visualizações. As pessoas que participam do movimento simplesmente distribuem abraços grátis. 
A educação é outra área na qual a internet tem transformado vidas. Sugata Mitra, com seu projeto intitulado “Buraco na Parede”, embutiu um computador ligado à internet em um bairro pobre de Nova Delhi e percebeu que as crianças aprenderam muitas coisas sozinhas ao interagir com uma máquina que a grande maioria delas nunca sequer tinha visto.
Na medicina, a rede social PatientsLikeMe ajuda centenas de milhares de pessoas que compartilham informações sobre doenças dos mais diversos tipos a encontrarem novos tratamentos e maneiras de lidar com suas enfermidades a partir da experiência do outro, esteja em qualquer lugar do mundo físico, mas no mesmo lugar no mundo virtual.
No jornalismo, a teoria da “Agenda-settings” cai por terra quando damos ao leitor o poder de ser o editor da sua própria notícia. Vários veículos começam a explorar o modelo de negócios do jornalismo-cidadão, em que qualquer pessoa munido de um celular com câmera e acesso à internet vira repórter. O fim do “furo” jornalístico. 
E há ainda softwares de código aberto sendo construídos de maneira colaborativa por desenvolvedores em todo o mundo, compras coletivas, inovação aberta em sites como o Innocentive, auxiliando empresas a economizar fortunas, ou o Zoopa, gerando qualidade a partir da quantidade em um processo de “crowdsourcing”.
Há ainda a educação a distância em cursos gratuitos da aclamada Harvard University, disponíveis para qualquer um que domine minimamente o idioma inglês – ou aulas de inglês gratuitas no site da BBC ou em redes sociais dedicadas ao ensino de idiomas, como o Livemocha – e outros temas que tantos outros já falaram.
A internet não é mais um meio para se enviar e-mails e criar perfis no Facebook. É muito mais. É a ferramenta que faltou na década de 1960 para que nossos baby boomers pudessem levar a cabo seu objetivo de mudar o mundo. Não é de se espantar que nossa geração Y queira transformar a sociedade. Ela tem a motivação, a autoestima necessária e, principalmente, as ferramentas para isso.
A internet é muito mais que uma revolução tecnológica: é uma revolução social. Vivemos em uma era que daqui a poucos anos conheceremos como a Revolução Digital. O período que passamos será um marco histórico que mudará o planeta.
A era da transição já está acontecendo há anos, só que agora as pessoas estão se desviando de tiros, mais embrenhados em meio a tweets e aplicativos de iPhone. Acredito na internet como um ambiente em que a troca de informações entre pessoas dos mais diversos povos fará com novos pontos de vista sejam compartilhados.
Boa parte das brigas e guerras ocorre justamente pela falta de compreensão do ponto de vista alheio. Podemos resolver isso com a troca. Com a conversa no mesmo local virtual. Não há limites para o que a humanidade pode fazer ao utilizar corretamente esse imenso cérebro global. A rede como o espelho da própria humanidade pode fazer com que, finalmente, encontremos a solução para as nossas mazelas – nos conheçamos como espécie e como indivíduos.

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